terça-feira, 17 de julho de 2012

Uhhh! Pedrock again!


Fui conhecer o Pedrock só (infelizmente!) em 2010. O Festival começou justamente no ano em que me mudei para o Mato Grosso, e só quando voltei pras montanhas, 10 anos depois, que tive o enorme prazer em conhecer esse encontro de almas afins! Eu vinha pra Pedralva só em férias de final de ano, e como o festival acontece sempre em julho, eu tinha que ficar só na vontade. Nossa, e que vontade! No meu primeiro Pedrock eu parecia uma adolescente em "estado de perfeição", maravilhada com tanta gente querida presente no mesmo espaço, com a energia de alegria, de reencontro, de saudade sendo exterminada... de abraços, de amigos! Curti muito!

No ano passado eu já sabia como era, até pensei que a graça não ia mais ser a mesma, mas foi maior! Acho que a graça não passa, não diminui,  porque o encanto do Pedrock, pelo menos pra mim, é mesmo essa delícia de reencontrar pessoas, a vontade e alegria de estar junto.

No ano passado essa vontade extrapolou a madrugada de sábado pra domingo numa história engraçada, retratada numa crônica que escrevi pras pessoas que participaram do "acontecido". Andei lendo de novo hoje, e, como faltam poucos dias pra mais um Pedrock ( o coração já vai ficando acesoooo!!!) , fiquei com vontade de mostrar também pra vocês. Então aí vai:

O Sequestro das botas pretas

Em Pedralva acontecem coisas inusitadas. Coisas que apenas a juventude que mora dentro da gente pode explicar. Coisas de muuuuitos desejos de liberdade e um amor incondicional entre amigos, entre pessoas que se admiram e querem estar juntas além do limite da noite, do tempo e das obrigações sociais. Nunca vi em nenhum outro lugar por onde passei pessoas que fossem tão loucas...  loucas umas pelas outras.

Loucura estrapolada. Loucura declarada. Loucura jovem e sincera.

E num desses acessos de loucura, a vontade de dar continuidade aos momentos de magia de simplesmente “estar junto” se tranformou numa das histórias mais engracadas que vivi nos ultimos tempos: O SEQUESTRO DAS BOTAS PRETAS.

Fim da noite de sábado do Pedrock,  dia amanhecendo e pessoas declaradamente tontas e felizes, risadas incontroláveis e deliciosas, nos envolvendo em uma energia de leveza que parecia nos tirar da noite e nos entregar para um desfecho feliz de um dia inesquecível.

Não me lembro se o Edu nos chamou,  mas o fato é que todos fomos caminhando involuntariamente para o Jeep. Uma simples carona. Angela, Tetê, Isabela, Alessandra, Leonor, Ruth e eu, entramos no carro do Edu pra ir embora. Era o fim, o dia tinha chegado pra nos separar e dar um ponto final na noite perfeita. Bem, assim que era pra ser... mas dentro daquele carro uma energia tão intensa tomou conta da gente que ninguém queria se separar. Quando o carro saiu para o objetivo de entregar cada indivíduo visivelmente embriagado (exceção para Leonor que foi a única testemunha ocular sã da história), fui percebendo que, apesar das risadas e do falatório, uma leve tristeza tomava conta de quem tava indo pra casa. Pode ter sido impressão minha, mas pelo menos comigo tava acontecendo isso e resolvi arriscar uma sugestão:

- Edu, eu acho que a gente deveria sequestrar todas estas pessoas.
E foi o empurrão que faltava, que uniu o pensamento e a vontade de todos. Não posso negar que inicialmente houve uma certa resistência (alguém sabe me explicar porque a Leonor desceu do carro pra ir embora e entrou de volta??? )
 
Então vamos ser democráticos, né? "Quem quer ser sequestrado põe o dedo aqui!!!". hahahaha!! Resistência passageira. “ Vamo embora!”. E como num passe de mágicas ES-PE-TA-CU-LAR, a síndrome de estocolmo (aquela que as vitimas de sequestro se encantam pelos sequestradores) tomou conta de todas as vítimas do sequestro... e até a Amy Winehouse retornou do céu (ou do inferno... quem pode saber?) e se juntou a nós na ida para o cativeiro. NO NO NO!!!!

 E que cativeiro perfeito: Lagoa do Campestre... uma pintura divina, o céu deslumbrante, condições perfeitas pras viagens gostosas que pudemos ter naquela manhã.

Muitas falas engraçadas... pérolas, pérolas, pérolas! (Gente... olha a polícia com a hélice ligada!!!!) Risadas de fazer a gente quase perder o fôlego... fico me lembrando da Lê me encarar com um olhar de cumplicidade e cairmos na gargalhada, cumplicidade de saber o que a outra tava sentindo e de entender essa loucura de querer ficar junto.

Parecia um filme. Uma comédia. Uma história de amor.
Um sequestro feliz.

Manhã engraçada, leve e livre que nos fez vencer a imposição rotineira de ter que ir embora quando a noite termina. Ali naquele cativeiro nem o tempo passando nos importava. A unica coisa que importava era a presença do outro. Coisa linda, né? Coisa de amigo... Coisa de amor... Coisa de Pedralva!

Só pra constar, todas as mocinhas sequestradas estavam de botas pretas e o sequestro só terminou às nove da noite do domingo! rsrsr...
Só quem viveu pra saber como foi bom!!


Pedrock 2012, seja mega bem vindo!!!


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ipês para Dércio


Semana passada perdemos um grande músico admirado pela mineirada, daqueles bem "bãos", o Dércio Marques. Um poeta amante da natureza e das coisas simples e boas da vida! Fiquei triste. Dércio Marques embalou uma fase linda da minha vida, com o disco "Segredos Vegetais". Tô pra dizer que foram os momentos mais completos e bonitos, daqueles que nem que passe 100 anos, a gente não esquece, sabe? Por isso Dércio me faz lembrar de coisas verdadeiras.

Aí na sexta-feira veio um convite delicioso, ideia linda do Edu, pra gente plantar ipês na Ecovila para homenagear o Dércio. Ameeei a iniciativa, a ideia, o encontro dos ecovilenos, que andavam sumidos, a homenagem e o plantio! Por incrível que pareça consegui levar a Cibele e a Beatriz comigo. Elas quase não saem mais com a mãe (a idade!) e no sábado passamos o dia inteiriiiiiiinho juntinhas, num dia de paz, bom humor, harmonia, entrosamento... pra mim, dia PERFEITO!

O amor parece que era o sentimento dominante neste dia. Amigos queridos felizes por estarem juntos, natureza, comidinha gostosa no fogão à lenha (vaca atolada da Dilma.. hummm!), pé no chão, contato com a terra, com as mudas de árvores, renascimento! Era como se o Dércio tivesse ficado tão contente com a homenagem que resolveu convidar todos os anjos que estavam no pedaço para ficarem ali, o dia inteiro, nos enviando energias do bem!

Como que a gente precisa de pouca coisa pra ter paz e alegria, né? Eu juro que não queria estar em nenhum outro lugar diferente. Vivemos o presente ali, na concepção da palavra. Coisa que a gente deveria fazer todos os dias! Sem passado e sem futuro, só vivendo o respiro de cada momento.

O sol nos deixou deslumbrante e deu lugar pruma lua quase cheia, que chegou clareando a noite e o nosso coração. Fogueira, violão, conversa da boa, risadas e muita observação. A silhueta da Pedra Branca encheu nossos olhos de encantamento... vááááárias estrelas cadentes caíram sem que eu tivesse a sorte de ver nenhuma, mas a vibração de quem viu me afetou também. Eu não consegui ver porque fiquei enfeitiçada pelos movimentos da fogueira, a beleza da brasa... olhos ocupados. Noite ótima! Amigos lindos! Música da alma.

O presente era pra você e a gente que acabou ganhando, hein Dércio! Obrigado, viu? Obrigado por tocar minha alma, por me dar um fim de semana tão cheio de paz e por reunir as pessoas mais queridas em torno dessa linda homenagem.

Tomara que os ipês e as pitangueiras cresçam fortes e sadios, para encherem nossos olhos de beleza e, daqui uns anos, abrigarem nossa roda de viola, onde sua música será sempre lembrada com muito amor! Te desejamos muita paz, viu? Continue seguindo seu caminho com toda sensibilidade que viveu a vida!