segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O tempo das coisas...



Eu tenho uma "secretária do lar" completamente fofa: Lurdes, que cuida de mim, das meninas e da casa tão bem, que até parece uma enviada da minha mãe pra tomar conta da gente! A Lurdes tem uma mão incrível para plantas e ela também é a responsável por cuidar disso aqui em casa. Eu até amo essas coisas, mas não tenho tanta habilidade (ou nenhuma... rsrsrs...) como ela.

Esse ano a Lurdes plantou várias roseiras no  quintal e no canteiro que fica na entrada de casa, mas só vingou uma, que cresceu com uma dificuldade imensa. Volta e meia a Lurdes lamentava pra mim, com o maior pesar, dizendo que achava que a única que tinha sobrado não ia vingar também. Que dó! Os cavalos que passavam pelo canteiro à noite comiam as folhas que nasciam... além da seca que tivemos no segundo semestre, que missão difícil para a roseira sobreviver, né? E assim foi indo aos trancos e barrancos.

E nós, na correria do dia a dia, nem percebemos que ela se fortaleceu com a chuva... e eu, num domingo, desavisada, sentei para arejar a cuca na porta de casa, quando meus olhos foram puxados pra roseira, certamente ela me chamou pra ver o que estava acontecendo: vários botões perfeitinhos que logo logo seriam lindas rosas. Fiquei tão feliz, mais pela Lurdes do que por mim e a roseira... rsrs...

E assim, uns dias depois, elas surgiram, LINDAS, IMPONENTES, VIVAS, VERMELHAS!!! Vencedoras as danadinhas! Deram um "tchan" incrível na entrada da casa. Outro dia até fotografei as belezuras pra registrar essa história linda delas. E quando estava fotografando comecei a pensar no tempo das coisas e em como somos intolerantes com isso, né? Eu me confesso uma intolerante nata, mas sei que
tenho aprendido bem com a vida, viu?

Tenho aprendido que a  ansiedade da gente não muda o tempo da vida, que nada faz o tempo certo acontecer antes ou depois do que queremos. O tempo é muito sábio. A roseira teve muitas dificuldades pra crescer, mas ela precisou do tempo dela para desabrochar... e desabrochou, lindamente!

Então é isso, torço aqui para que as minhas e as suas rosas desabrochem em 2015 exuberantes, fortes, coloridas... e no tempo certo! E que a gente possa ter tolerância e fé na nossa caminhada para termos tudo de bom que a gente merece! Beijos!




domingo, 7 de dezembro de 2014

Bituca em Pedralva: a história do sonho


Eu tenho uma memória de ouro, lembro de coisas da minha infância e de vários momentos da vida que nem sei como cabem na minha caixola! São lembranças olfativas, visuais e, principalmente musicais. Então lembro do Milton Nascimento em quase tudo na trilha sonora da minha vida. Quando era criança minha irmã mais velha, a Cláudia, já adolescente, ouvia em fitas k7 os sucessos da época, era por volta de 1981, no auge do disco "Caçador de mim". Como eu achava lindo tudo que a Cláudia fazia e ouvia, ficava de longe ouvindo e curtindo o que ela curtia... e assim fui ficando fã de longe. A Cláudia tinha amigos sensacionais, que volta e meia vinham em churrasquinhos no quintal da nossa casa, e sempre saía aquela roda de violão, e o Milton Nascimento ali, sempre junto. Nossa, como eles gostavam dele! Era Milton Nascimento por todos os lados, no Bar do Iramar, no Piriri, e eu  sempre, um toco de gente, querendo fazer parte, sem poder, dessa turma de gente grande que cantava com a alma!

Eu cresci com a sensação de que só Pedralva amava desse jeito o Milton Nascimento... rsrs... que ilusão a minha! Ele era tão íntimo nosso que parecia um pedralvense, dos mais queridos! Na adolescência formei minha própria turma, e, que novidade! O Milton também fazia parte dela! Mas aí já não era mais Milton, a intimidade cresceu tando que, amigo que é amigo, a gente chama pelo apelido, né? Então nos referíamos a ele, intimamente, como Bituca. E me lembro com tanta emoção da primeira vez que li "Os sonhos não envelhecem", do Márcio Borges, que conta o início do Clube da Esquina, numa narração deliciosa de tudo que eles viveram. Em cada página do livro eu pensava: "não é possível, o Bituca é muito da gente!". E esse sentimento não era só meu, eu tenho certeza que não! Era de todos os amigos da Cláudia, que na fase adulta ficaram meus amigos também, e dos meus amigos da adolescência, que são amigos da vida inteira, numa irmandade pedralvense apaixonada pelo tão íntimo, e ao mesmo tempo, tão distante Bituca!

Perdi a conta do número de vezes que rodamos atrás do nosso Bituca nesse sul de Minas, em São Paulo, no Rio, no Brasil, no mundo! Se o Bituca tocasse na China e tivesse um pedralvense lá, duvido se a nossa cidade não era representada! Porque crescemos com ele assim: totalmente nosso! Hoje eu tenho a consciência plena de que esse sentimento não é só nosso, essa "posse" de amor pelo Milton Nascimento é de Minas, do Brasil e do mundo! Mas que eu achava que essa "fãnzisse" era coisa só da nossa gente, eu achava! rsrsrs...

E Pedralva deu um jeitinho de se fazer notada pelo Bituca, então surgiu a febre do grito "Es-pe-ta-cu-laaaaar!", que começou com o Jú da Daisy num show cover dos Beatles, passou pro Lô Borges, pro Bituca, pra tudo aquilo que é realmente espetacular e virou febre em Pedralva! Esse grito é a expressão de imensa admiração por algo impossível de se expressar, de tão grande que é... uma redundância, mas só grito espetacular pode expressar o amor que a gente sente pela música, porque é um grito que vem lá da alma. E assim fomos notados! Na verdade o Bituca nos reconheceu, porque essa energia pedralvense já devia existir dentro dele de alguma forma. E assim ele soube que existia uma cidade pequeniniiiiiiiiiiiiiiiiiiinha, da mesma Minas Gerais dele, com gente cheia de alma, cheia de amor pelo seu trabalho. 

Mas não bastava a gente viver indo atras dele, né? "Ai que sonho de ter o Bituca aqui na nossa casa!". "Mas que coisa absurda... um ovo de cidade, imagina se ele vem!"... "mas "E SE" ele sentir a gente como o sentimos? Se for por amor, será que ele vem?" ... e essas conversas a gente tinha sempre! Um sonho sendo gerado, alimentado a cada música dele nas rodinhas de violão, em cada acampamento na Pedra Branca, em cada vez que a gente acreditava no improvável, no impossível. 

E esse sonho foi gerado com tanto carinho que caiu aqui, no nosso abraço, no nosso anseio... na nossa Pedralva! Bituca ouviu nosso grito e entendeu o nosso sonho. Topou vir em Pedralva por um valor muito abaixo do que usualmente cobra para se apresentar. Pagou pra ver de perto quem é essa gente! 

Através do Beto, amigo do Bituca de Três Pontas, veio a notícia:

- Bituca quer tocar em Pedralva!

Quase morremos do coração! Frio na barriga intenso. E agora? E agora "vamo que vamo"! Reunimos um grupo de 12 pessoas "peitudas" pra encarar o desafio de organizar esse "trem", um evento de grande porte que nunca aconteceu na nossa cidade. E em dois meses tivemos que correr atras de patrocinadores, coisa dificílima de conseguir com tão pouco tempo. E os dias, antes da assinatura do contato, eram assim: "Não vai dar", "Vai", "Não vai", "Vai"... mesmo ele cobrando um valor irrisório tinham os custos do show, que não eram nada legais! E foi aí, minha gente, que aconteceu a coisa mais linda que eu já vi na minha vida: chegaram os amigos espetaculares: "Vai dar sim!", mil daqui, quinhentos dali e assim... com o esforço de cada um, conseguimos a grana pra fechar o contrato!! Tivemos poucos patrocinadores, gente que acreditou de verdade na gente, e que somos muito agradecidos (Curso G9 / Scapex/ Amplera / Bloco do Pink Floyd / Pedrock/ Turma do Bigode/ FAI e alguns apoiadores: Bar dos 2, Colégio RH, Cachaça da Pedra, Paulo Faria, Pró-Som, Casa Magalhães, Ellen Calçados e Confecções, Arimatéia Lanches, Magazine Santa Edwirges e Boutique Frikote), mas quem está mesmo bancando o show são os Amigos Espetaculares, essa gente linda que tirou dinheiro do próprio bolso pra ver o sonho acontecer. Lindo demais isso!

E o sonho vai acontecer sábado que vem, 13/12/2014. Esse dia, além de ficar marcado na nossa história e no nosso coração, vai ser a comprovação do quanto a energia do amor é poderosa. 

A nossa casa te espera, Bituca! Com todo o amor do mundo!






quarta-feira, 14 de maio de 2014

Do picolé de côco branco à delícia da intimidade

Na minha cidade tem uma sorveteria bem tradicional, o "bar do Nenê", que, desde que me conheço por gente, está ali, no mesmo lugar, com o mesmo dono e os mesmos sorvetes. Tudo intacto! E é lá que tem um picolé que me faz perder a cabeça (ou achar a cabeça... rsrs... acho que achar é melhor!): o picolé de côco branco! Esse picolé tem o poder de equilibrar meu astral. Incrível! Eu saboreio tão devagar, com tanta cerimônia e dedicação, que chega a ser um ritual de gostosura! No fim ficam os fiapinhos de côco, chatinhos porque entram entre os dentes, mas deliciosos porque são a prova de que o picolé é de côco de verdade! E eu gasto "teeeeeempo" com ele... vivendo prazeirosamente cada tempo de degustação. E isso é só com ele que acontece, outro não serve... outro não surte o mesmo efeito. Sou fiel ao meu picolé de côco. Somos íntimos, por isso que é tão bom.

Ahhh... como é boooom a tal da intimidade! Ser essência, ser sem medo, ser! E isso só a intimidade proporciona, um contato com o outro desprovido de máscaras, de jogos... de receios. A intimidade permite que você seja inteiro num momento de amor, inteiro com tempo, tempo com qualidade. Tem coisa mais gostosa do que passear na pele vagarosamente de quem você gosta? De quem você tem intimidade?  Não tem, né?

Outro dia li uma matéria muito legal na revista "Vida Simples" (quem quiser ler, super indico, clique aqui), que fala da diferença do fugaz e da intimidade. E numa parte a autora (ótima!!!) menciona os famosos "puladores de galho em galho" e que não tem o prazer de curtir uma intimidade de verdade, achei bacana essa parte: 

"Como num parque de diversões eterno, ficam em longas filas, na chatice da espera, para viver instantes de vertigem. Prefiro gastar meu prazo tomando um vinho com a Intimidade. Essa, é mais próxima da Felicidade. Acho que nunca terminarei de comemorar a permanência do amor como um presente que recebo a cada dia. Um pacote de presente que nunca abro. O mistério de seu conteúdo faz parte da felicidade de tê-lo em mãos."

É isso... eu não troco o meu picolé de côco por nada. Porque o que ele desperta em mim, essa delícia da intimidade, não é pra qualquer um. O côco queimado não tem a menor chance comigo! :)  E sempre que eu tiver que escolher, é a intimidade que vai sempre ganhar o meu coração.

domingo, 20 de abril de 2014

Poderia ter sido você...


Contar a história de vida de alguém é uma grande aventura pra dentro da gente mesmo. Me deparo o todo tempo nos meus dias de trabalho, na produção da biografia da minha cliente amada, com cenas minhas, com frases minhas e com muitos sentimentos meus. Aí fico pensando que é porque no fim das contas nós todos, de um jeito ou de outro, somos iguais. Iguais nos medos, nas dúvidas, nas “cagadas” que fazemos pela vida afora, no amor que não deu certo e naquela maldita chance que a gente não deu para alguma pessoa ou situação que poderia ter mudado completamente, de um jeito bom e surpreendente, o rumo de toda a nossa história.

Ela tem me falado muito sobre perceber tardiamente a importância dos outros, em insights “retardados” que só chegam muitos anos depois, quando não existe mais o menor vestígio do leite derramado. Ela fala com grande sabedoria e aceitação sobre isso e me faz entender que tudo é nosso, sabe? Temos que aceitar a gente sempre com amor, mesmo reconhecendo que boicotamos a nós mesmos. Mas no fundo eu percebo uma pontinha de tristeza no olhar, às vezes perdido, vislumbrando, quem sabe, uma vida diferente do que foi.

Nunca vamos saber como teria sido. O que poderia ter sido. E isso não é mesmo um sentimento dos melhores. Hoje escutando sobre uma história de amor que nunca foi história e que nem mesmo foi amor, me vejo em cada palavra, em cada olhar, em cada silêncio dela. Quando eu olho pra trás vejo que poderia ter sido você o amor que eu nunca tive, você que eu não percebi, você que não me percebeu. Você que foi embora antes da hora. Você que ficou sem que eu quisesse. Você que não apareceu naquele dia que eu esperei. Eu que desisti antes do fim. Você que não me viu como eu gostaria que tivesse visto. Eu que nunca nem notei o seu amor por mim.

Isso é vida. Isso é a história de cada um.


E hoje, aqui um pouco dolorida, carrego em mim o desejo de que, quando eu estiver no lugar da minha cliente, quem sabe contando a minha própria história, que eu dê um sorriso bem gostoso, um suspiro só meu, uma despreguiçada daquelas de quando a gente está bem feliz (sabe?), com o coração bem aconchegado e finalize o livro, escrevendo DE-LI-CI-O-SA-MEN-TE: que bom que foi você! 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Eu e o pinhão, o pinhão e nós...

Por esses dias estou me "fartaaaaaaando" de comer pinhão! Ai que DE-LÍ-CIAAAAAA! Comi deliciosamente sentada na grama, num bate papo maravilhoso, nesse sábado à tarde, com um monte de gente querida, e ontem à noite em pé na cozinha com a Cibele, situação não menos especial, mas bem peculiar... em pé, apertadinhas no canto da pia, muito engraçada a nossa "urgência" de comer, como se os danados fossem sair correndo de nós. Porque não sentamos pra saborear o momento com mais calma? Porque cada momento é único, né? E essas urgências... são sempre inexplicáveis mesmo!

Mas a minha viagem com o pinhão "É" uma viagem. O pinhão sempre vem numa fase boa da minha vida e eu não tenho UMA lembrança sequer de ter comido pinhão triste. Eu acho que o próprio ato de comê-lo já me inunda de felicidade, instantânea. Pinhão vem no comecinho do frio, é coisa que a gente não tem sempre, danadinho que faz a gente sentir saudade. Pinhão mora nos lugares que despertam muuuuito amor em mim: nas montanhas. Nas alturas. Onde tudo pode ser visto, onde o vento sopra com liberdade, onde o sol chega primeiro.

E eu adoro quando alguém come pinhão e lembra de mim. No meu aniversário eu sorri com taaaaaanto coração quando a Karina, amiga linda de todas as vidas, mencionou, em uma mensagem linda que ela me escreveu, que nós temos em comum o amor pela música, pela fotografia e pelo pinhão! É tão gostoso quando alguém presta atenção na gente, né? Que sensibilidade ela lembrar que eu gosto de pinhão! Eu amei isso. Certamente tivemos momentos mágicos ao redor de uma panela cheia de pinhão e com muita prosa da "mió" qualidade e ela, sensível como é, deve ter observado meu olhar de menina encantada saboreando essas gostosuras.

Tem gente que não curte pinhão pela complexidade do ato de comê-lo. Mas é essa complexidade que me apaixona... e comigo não tem essa de comer com faca, é na dificuldade mesmo que é legal! Ficar naquela surpresa de como vai ser, se vem um pinhão bom ou aquele que amarga a boca da gente de um jeito horrível... e os amargos vem mesmo de qualquer jeito, mas nada como um pinhão dos bons em seguida  pra tirar essa sensação ruim. Igual a vida da gente mesmo, quem pode saber o que vem a seguir? A gente só pode saber que os bons existem e que amargo nenhum vai tirar da gente a delícia de acreditar em todo o bem que existe.

E viva a temporada de felicidade, das mais simples e mais gostosas que existem!
:)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A arte que me invade

Ouvi dizer que hoje é dia do artesão. Se não for verdade valeu pelo devaneio de hoje... rsrs... Quando vi no facebook dizendo que era, fiquei pensando nas surpresas boas e engraçadas .... e muito inesperadas que a vida manda pra gente de vez em quando. O artesanato foi uma dessas surpresas nunca imaginadas. Pois é, né? Acho que pra vida da gente dar certo e fluir com gostosura a gente tem mesmo é que não ligar e nem pensar nas nossas limitações. Quando que eu ia imaginar que minhas mãos tortinhas podiam pintar, fazer decoupagens e criar uma imensidão de coisas... é possibilidade pra mais de metro, gente! rsrs... Fico encantada e maravilhada em ver que de um pensamento, de uma ideia, intuição, de uma inspiração surge uma arte, uma peça que nunca existiu... como assim nunca existiu, né? Que coisa linda isso.

Eu sempre gostei de arte, mas nunca pensei que pudesse fazê-la!  Que pudesse ter esse poder criativo. A emoção que eu sinto desde o primeiro quadro  é exatamente a mesmo até hoje. Chega a ser engraçado, quando eu e a Daisy terminamos nosso dia de trabalho, ficamos um longo tempo silencioso "namorando e lambendo nossas crias", a gente se perde observando  e vagando em cada "detalhezinho' e acabamos rindo uma da outra com a nossa viagem, individual, mas sempre tão compartilhada! E tudo isso é "culpa" da Daisy, minha sócia e amiga iluminada, que me apresentou esse mundo encantado do artesanato. E nunca vou poder agradecê-la à altura por tamanha bondade, porque tudo isso  ( a arte) chegou numa das horas mais propícias da minha vida, quando eu mais me sentia uma ninguém.  Característica ímpar do lindo do artesanato: curar as tristezas da alma.

O artesanato não é a minha fonte de renda, poderia ser que eu ia ficar beeeem feliz, mas infelizmente estamos longe de chegar à uma valorização satisfatória. Mas ele tem o incrível poder de me manter dentro de mim, de me aproximar de quem eu sou, da essência mais verdadeira, que talvez  poucas pessoas tenham conhecido, mas posso dizer seguramente que é a minha melhor parte.

A Daisy me dizia sempre nos nossos primeiros tempos com nossa micro empresa "Arteiras in Box", que a pintura faz a gente esperar com mais doçura e confiança por tudo que queremos que chegue na nossa vida. Eu achava lindo quando ela dizia isso e pude comprovar a veracidade da teoria. Quando a gente se perde entre tintas, pincéis, colas, tesouras e caixas tiramos o foco de tudo aquilo que não está funcionando muito bem na vida da gente, e, ao tirarmos o foco, permitimos que o universo faça o que tem que ser feito. É uma alquimia, das mais bonitas que já vi.

Por isso hoje, no dia ou não do artesão, o meu melhor abraço, mais apertado e mais cheio de gratidão, vai pra querida Daisy que fez e continua fazendo uma bela obra de arte na minha vida!

E é claro parabéns pra todos os artesãos, artistas, músicos, desenhistas e outros de qualquer profissão, que tem a imensa felicidade de criar com a própria alma! E por isso, ganham de presente uma alma curada!

Beeeeijos!

:)






domingo, 16 de fevereiro de 2014

Chuva, chuvinha, chuvão!

Já fiquei seis meses sem chuva uma vez na minha vida, nos meus tempos quentes matogrossenses. Imagine o quanto isso pode ser desesperador! E pode apostar, é.  Em todo despertar a primeira solicitação feita em oração era sempre pra que a danada da chuva parasse de "graça" e desse logo as caras. Maaaaas, sobrevivemos. Agora no começo do ano vivemos uma pequena porcentagem da primeira escassez enlouquecedora, e sabe que pra mim foi ruim, mas não fez nem "cosquinha"! Sabe por que? Porque tudo de muito difícil que passamos na vida nos torna um pouco (ou muito) imunes a outros sofrimentos e aos muitos tipos de escassez que enfrentamos na vida. A vida vai engrossando a "casca" da gente, né? rs... é bem por aí.

Quando percebi os primeiros pingos da chuva que vieram  pra nos dar um gostoso fim de semana de aconchego e frescor, lembrei dessa comparação... aquela sensação de que tudo passa, de que as aflições que mais apertam nosso coração tem dia marcado para cessarem, do mesmo jeito que a chuva chega de mansinho sem avisar o dia que vem.

A chuva falha pra gente sentir falta dela! E falha porque é assim que tem que ser, e no fim das contas tudo isso tem seu valor.

O cheiro de poeira dos primeiros pingos, o barulhinho bom, o aconchego do cobertor e a delícia de se perder num dia molhado. A espera disso escassez nenhuma rouba da gente. Respirar e sentir paz. Abrir os olhos e ver a chuva e saber que o ciclo de tudo que é vivo, de tudo que é nosso, começa e se encerra sempre pra nossa evolução, em todos os sentidos.