sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eu e o céu




Eu tenho uma relação de amor com o céu. Ele me diz muito sobre mim, sobre as mutações da vida e sobre a vontade que o tempo paralise alguns momentos tão bons, algumas pessoas, ideias, sentimentos... enfim, coisas que moram de um jeito bom no coração da gente. O céu às vezes me acorda, porque ele fica o tempo todo me mostrando o quanto tudo na vida da gente é frágil e perecível. Mas às vezes ele me faz sonhar, quando me perco nos muitos minutos descobrindo figuras, imaginando cenas e situações vividas pelas nuvens. Eu sonho e me perco também no azul... nossa, como eu gosto do azul do céu, que traz pra gente a noção da imensidão das coisas. A nuvem tira um pouco dessa perspectiva, mas o azul... ah! O azul me transborda!

Fotografar o céu, pra mim, é um exercício de ser Deus. É a minha maneira de manter as coisas intactas, eternas. É praticamente uma mágica imortalizar o que a gente vê, né? Fascinante. Tem dias que eu me impressiono com a velocidade com que que as nuvens se desmancham, se deslocam, desaparecem ou simplesmente se recriam. Quantas vezes eu tô aqui trabalhando, daí dou uma paradinha pra espiar o céu, vejo nele uma cena tão linda que me toca, me emociona... aí, claro, corro pra pegar a câmera... e quando volto, cadê a cena? Não existe mais. Coisa de segundos!

A vida é assim também, né? Num segundo tudo pode mudar, tudo pode passar, tudo pode acabar e tudo pode começar. Ou recomeçar. A única certeza que a gente pode ter nessa dança das nuvens é que nunca, nada, vai ser igual. A gente nunca é igual. A gente passa, esquece, adormece, se esconde... somos a metáfora da nuvem. Nada do que vivemos será igual de novo, do mesmo jeitinho que a nuvem que eu vi ontem ( na foto acima), em formato de um bebê, com rostinho lindo e sereno, jamais terá novamente esta forma. Às vezes eu acho isso triste.

Saber que tudo vai passar é  triste, mas pode ser alegre também, porque a certeza de que as coisas ruins também vão passar, nos torna livres.

E liberdade melhor que essa... não pode haver.


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