quinta-feira, 27 de junho de 2019

A vida e o vento



Eu adoro sentir o vento.

Adoro olhar o vento brincando com meu filtro dos sonhos, com as roupas no varal, com o cabelo e com as folhas das árvores. Amo ver o vento levantar poeira, fazer redemoinho... e quando o vento mantém no ar algo leve por um tempo, como uma folha, uma pena? Ai! Entro em êxtase! Amo a dança do vento! É como se eu pudesse ver o invisível, o inatingível... e posso imaginá-lo com cara de sapeca e mãos sorrateiras, empurrando a pena para lá e para cá, como uma criança com uma bola de bexiga na mão.

Hoje estava observando o vento brincando, batendo de mansinho no meu rosto e senti uma coisa tão boa! Parecia alguém muito querido vindo me abraçar! Tinha gostinho de novidade, de surpresa boa da vida, que vem para alegrar a alma. Parecia um tempo novo soprando em minha direção. 

Eu tenho mania de poetizar essas coisas, sou assim sonhadora e "viajandona" desde pequena,  penso sempre que o vento vem para trazer coisas boas e levar as tristezas. Se pensar bem acho que é real! O vento às vezes traz chuva e chuva traz abundância! O vento às vezes traz frescor no calor (menos em Cuiabá, que o vento é tão quente que parece que estamos de cara com uma churrasqueira... rsrsrs...), tem coisa melhor que um ventinho geladinho quando estamos suando em dias quentes? O vento soprado pela mãe, quantas e quantas vezes aliviou o machucado da gente, né? Acho que tem sentido então achar que ele trás coisas boas! 

A gente não pode ver o vento, mas a gente sente. É como o amor, né? Não dá pra mensurar, para ver, para tocar... só para sentir. Mas o amor também sopra, cumpre sua missão e se vai, como o vento. Aí eu vou mais longe e penso que se a gente sente amor, sente o vento e tantas outras sensações invisíveis e impalpáveis, a vida e a morte também devem ser como o vento. Se tudo é criação de Deus, a vida da gente também deve sempre passar e seguir como o vento, mesmo depois da morte. Nascemos e viramos vento. Morremos e viramos vento. Muitos ventos pensantes! 

O pensamento venta.
A tristeza venta.
A dificuldade venta.
O dia venta.
A noite venta.
O frio venta frio.
O calor venta amor.

E eu continuo adorando toda ventania, real e irreal, que mora dentro de mim. 





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