sábado, 15 de junho de 2019

Meia com chinelo



Outro dia, logo quando o friozinho chegou, morri de rir de uma postagem, de uma amiga muito querida e engraçada (essa é pra você Cat!), exibindo uma foto de um pé vestido com uma meia dentro de um chinelo, com o questionamento: “Já pode ou ainda tá cedo?”.  Olhei pra baixo e me vi na postagem, morri de rir! Eu sou a “mestre” da meia com chinelo, achei graça! Tirei uma foto do meu pé e postei nos comentários com a frase: “Juro!!!”. Os comentários do post foram os melhores! Ri muito.

Meia com chinelo é um conforto, um carinho! Adoro! Fiquei pensando depois a delícia que é poder trabalhar em casa e me despojar à vontade do modelito nada charmoso. Com o tempo eu fui me desapegando de tudo que aperta, sufoca e incomoda. Salto alto não uso há aaaaaaanos! Calça justinha pra apertar a barriga então, daquelas que a gente tem que deitar na cama pra fechar, nem se fala! Daí eu penso: será que eu fui perdendo a vaidade com o tempo?... hum, acho que um pouco! Mais jovem eu era elegante (bom, pelo menos eu me via assim... rsrs...), dos 20 aos 35 eu nem tinha sandália baixa, o salto não saía do pé, as roupas caíam bem mas eram apertadas, sempre que chegava do trabalho me sentia uma massa de pão sovado, exaaaausta com tanto aperto. A liberdade e a gostosura de sair do aperto e descer do salto eram tão grandes que penso que com o tempo fui preferindo soltar, não tem nada melhor do que o conforto do vestir, do calçar e do SER.

Talvez eu perdi muito da vaidade sim e até fui mais a fundo, como o fato de assumir os grisalhos e abandonar o ardume horroroso da tinta no couro cabeludo, que me acompanhou por 20 anos. 
Saiu de cena a vaidade exarcebada e entrou a simplicidade, o sentir-se bem por dentro. No espelho não vejo mais jovialidade, elegância, não me sinto mais atraente, mas no fundo dos olhos eu vejo liberdade. Ah! Então vamos evitar espelho, né mesmo? Rsrs... liberdade já está de bom tamanho. 

Aí me deparo muitas vezes com o olhar alheio um pouco espantado direcionado a mim, com o passar do tempo também fiquei “mestre” em ler olhares. Alguns se incomodam com o cabelo branco, com as gordurinhas extras e as roupas largas, dá pra ler: “nossa, como engordou! Nossa, como envelheceu! Nossa, nossa, nossa!”, se as pessoas pudessem nos ver por dentro, né? Se pudessem ver o quanto é bom e confortável um chinelo com meia, cada um ia cuidar mais era do seu próprio conforto. 

Se você me olhar bem no fundo dos olhos será incapaz de emitir mais um único “nossa!”.  A liberdade de ser só os usuários de meia com chinelo são capazes de entender... e se deliciar! 


4 comentários:

  1. Amei o texto! Parece que ele se refere a mim em todoa os sentidos, Anita. Há tempos parei de me importar com que os outros pensam e a simplicidade é minha fiel companheira. Ainda uso um salto as vezes, mas quando quero, sem obrigação. Amo meu chinelo com meia. Agora arrumei uma com dedinhos pra facilitar kkkkkk

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  2. No fim das contas nós somos todas “farinha do mesmo saco”, né meu bem? Não é a toa que nos afinizamos tanto desde o primeiro dia que nos conhecemos! ♥️

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  3. Ana, gosto muito de seus textos! Eles são ótimos!! Ora dou risadas, ora caio no choro! rsrs
    Eu me identifiquei com esse texto, pois adoro usar meia com chinelo.
    Como dizia Leonardo da Vinci: a simplicidade é o mais alto grau de sofisticação!
    Amo a simplicidade!!
    Bjs

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